2019-11-07

O testemunho de vida de Romain Gary, um compromisso cumprido

Livros do Brasil publica A Promessa a 7 de novembro

Partilhar:

Romain Gary, escritor francês famoso em todo o mundo e o único a vencer dois prémios Goncourt, oferece-nos, no livro A Promessa, o seu testemunho de vida, mas também uma sentida declaração de amor filial, ou não tivesse esta «promessa» sido feita a pensar na sua mãe, quando Gary se preparava para partir para a frente de batalha da Segunda Guerra Mundial. Nesse momento, abraçou-a e assinou consigo mesmo um compromisso: iria fazer-lhe justiça, daria um sentido à incansável luta solitária daquela mulher para garantir ao filho apenas e só o melhor, e regressaria um dia a casa coberto de louros.

Das recordações da infância em Vilnius à viagem para a Riviera francesa, dos primeiros ensaios na escrita à sua aventura de combate, A Promessa é um emotivo romance de memórias de um dos grandes autores do século XX, que se tornaria um marco da literatura francesa do pós-guerra. Regressa às livrarias portuguesas a 7 de novembro, na coleção Dois Mundos, depois de décadas esgotado e numa edição revista de acordo com o texto fixado por Gary em 1980, ano da sua morte.

O AUTOR

Romain Gary nasceu em 1914 em Vilnius, na Lituânia (então Polónia). Judeu de origem russa, emigrou com a sua mãe para Nice em 1928. Em 1940 junta-se ao general de Gaulle e às forças livres francesas em Londres e combate como navegador da esquadrilha «Lorraine» até ao final da guerra. Ferido, recebe a condecoração suprema dos combatentes franceses, Compagnon de la Libération e foi um dos poucos sobreviventes dos duzentos homens da esquadrilha. O êxito dos seus primeiros romances, Educação europeia e As raízes do céu (Prémio Goncourt 1956) tornaram-no imediatamente um escritor famoso em todo o mundo. Ocupou vários postos diplomáticos na Europa e nos EUA. Em 1975, escrevendo sob o pseudónimo Émile Ajar, ganhou de novo o Prémio Goncourt (caso «impossível» na história do prémio) com Uma vida à sua frente. Gary suicidou-se em 1980. Deixou escrito um pequeno opúsculo intitulado Vida e morte de Émile Ajar, texto extraordinário onde revelou a «mistificação» Ajar.