Na continuidade de Sexus e Plexus, Nexus assenta numa narração autobiográfica que põe a nu todas as limitações, todos os entusiasmos, todos os sonhos do seu autor. Depois de vários anos proibida no seu país, a trilogia Rosa-Crucificação — publicada num intervalo de 11 anos — seria central na consagração de Henry Miller como um dos maiores (e mais irreverentes) prosadores norte-americanos do século xx. Esta trilogia, agora reeditada na coleção Dois Mundos, não era lançada em Portugal, no seu conjunto, há mais de 30 anos.
O livro estará disponível nas livrarias a 10 de setembro.
Publicado originalmente em 1960, este volume combina erotismo e filosofia, sonhos e devaneios, reflexões sociopolíticas e culturais. Aqui, as impressões do autor são de novo embrulhadas por um profundo desprezo pelas convenções pequeno-burguesas, naquele que é, simultaneamente, um retrato à flor da pele de um homem, de um escritor e de um tempo.
Sobre o livro
Nos anos 1920, nos últimos meses passados em Nova Iorque antes da partida para Paris, Miller dá por si a ocupar cada vez mais um estranho papel de elemento observador no seu próprio casamento. Acabada de ter alta do hospital psiquiátrico, Stasia, amante de Mona, fica alojada com o casal e rapidamente esta intricada relação aberta entre os três resulta em caos. O futuro, Miller sabe-o, é longe dali, do outro lado do oceano, em Paris — é aí que poderá cumprir por fim a sua vocação como escritor.
O autor
Henry Miller nasceu em Brooklyn, nos EUA, a 26 de dezembro de 1891. Em 1930, respondendo a um espírito aventureiro e ao desejo de se dedicar à escrita, partiu para a Europa e fixou-se em Paris. Foi aí que, em 1934, publicou o seu primeiro romance autobiográfico, Trópico de Câncer, a que se seguiu, em 1939, Trópico de Capricórnio, ambos banidos durante quase três décadas nos EUA. Em 1942, pouco depois de se instalar definitivamente na Califórnia, iniciou a redação da trilogia Rosa-Crucificação — Sexus, Plexus, Nexus —, considerada uma das suas obras maiores, onde conjuga reflexão metafísica com um erotismo explícito. Miller foi um dos mais marcantes autores norte-americanos do século xx, cuja insubmissão, quer na vida, quer na literatura, viria a influenciar fortemente a chamada beat generation. Faleceu em casa a 7 de junho de 1980.