Depois de Os Anos, a Livros do Brasil edita, desta feita na sua coleção Miniatura, o romance Uma Paixão Simples, de Annie Ernaux, uma das mais destacadas e premiadas autoras francesas da atualidade. Publicada originalmente em 1991, esta obra surpreendeu o panorama literário francês pelo seu erotismo e pela sua honestidade. Estamos de novo perante um título assumidamente autobiográfico, onde a autora trata abertamente de temas como o amor e o fogo passional.
O livro estará disponível nas livrarias a 29 de outubro.
Nestas páginas vibra aquele fulgor sexual tipicamente adolescente que, subitamente, pode ressurgir numa idade mais madura. A prosa, inteligente e desarmante por assentar numa grande contenção estrutural e numa linguagem despojada, deixa entrever detalhes desse irresistível amor carnal.
Sobre o livro
De um lado, uma mulher culta, independente, divorciada e já com filhos adultos. Do outro, um homem casado, estrangeiro, mais jovem, por quem ela perde completamente a cabeça. E por quem espera, dia após dia. Se o tema parece trivial, não o é, de todo, o modo como os dois anos que dura esta «paixão simples» são contados: no seu estilo frontal, acutilante, despido de vergonhas e julgamentos, Annie Ernaux desfoca a linha ténue entre ficção e autobiografia e põe na voz da narradora as confidências da história de uma relação que toma conta de tudo, que extasia e rebaixa, fonte da maior felicidade e da mais dolorosa solidão. Viver algo assim será, talvez, o maior privilégio da existência.
A autora
Annie Ernaux nasceu em Lillebonne, na Normandia, em 1940, e estudou nas universidades de Rouen e de Bordéus, sendo formada em Letras Modernas. É atualmente uma das vozes mais importantes da literatura francesa, destacando-se por uma escrita onde se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a história dos eventos recentes. Galardoada com o Prémio de Língua Francesa (2008), o Prémio Marguerite Yourcenar (2017) e o Prémio Formentor de las Letras (2019) pelo conjunto da sua obra, destacam-se os seus livros Um Lugar ao Sol (1984), vencedor do Prémio Renaudot, e Os Anos (2008), vencedor do Prémio Marguerite Duras e finalista do Prémio Man Booker Internacional.