Anos após a publicação do seu grande êxito As Vinhas da Ira, John Steinbeck volta a escrever a crónica imaginativa de uma viagem, desta feita uma travessia de autocarro pelas estradas rurais da Califórnia do pós-Segunda Guerra Mundial.
Os passageiros – entre eles, uma jovem empregada de balcão obcecada pelo ator Clark Gable, um divertido caixeiro-viajante e uma mais que misteriosa loira platinada – contam-se entre os perdidos e os abandonados, os bondosos e os gananciosos, os tolos e os argutos, viajando aos tropeções rumo a um sonho americano desfeito. Sublinhando a transitória natureza da humanidade e assente em monólogos internos das diferentes personagens, Os Náufragos do Autocarro contém assim alguns dos temas clássicos da obra narrativa do autor. Uma história adaptada a filme nos anos 50, tendo como estrelas Joan Collins e Jayne Mansfield.
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 29 de junho.
SOBRE O LIVRO
Num cruzamento de estradas secundárias do interior da Califórnia, Juan Chicoy e a mulher, Alice, exploram um restaurante-garagem, de onde parte o autocarro que Juan conduz rumo a sul. Quando uma avaria obriga os passageiros a pernoitar nas instalações de Chicoy, uma multiplicidade de anseios, medos e tensões despontam e entrelaçam-se. Um ex-combatente que procura refazer a sua vida como caixeiro-viajante de artigos inusitados, uma família que viaja sem ânimo de férias até ao México, uma mulher de beleza extraordinária que sonha com uma vida banal, jovens e velhos em contenda com os seus impulsos, as suas angústias, o desejo de fugir das suas vidas – são estes Os Náufragos do Autocarro a que John Steinbeck deu vida nesta obra de 1947. Através das suas histórias, é a história de um país que se vislumbra: construído sobre a ideia de um sonho, que, apesar de toda a violência e ganância, talvez se possa alcançar no fim da viagem.
SOBRE O AUTOR
John Steinbeck nasceu em Salinas, na Califórnia, em 1902, numa família de parcos haveres. Chegou a frequentar a Universidade de Stanford, sem concluir nenhuma licenciatura. Em 1925 foi para Nova Iorque, onde tentou uma carreira de escritor, cedo regressando à Califórnia sem ter obtido qualquer sucesso. Alcançou o seu primeiro êxito em 1935, com O Milagre de São Francisco (Tortilla Flat na edição original), confirmado depois, em 1937, com a novela Ratos e Homens. A sua ficção está marcada por uma imensa preocupação com os problemas dos trabalhadores rurais e também por um grande fascínio para com a terra. Em 1939, publicaria aquela que, por muitos, é considerada a sua obra-prima, As Vinhas da Ira. Entre os seus livros, destacam-se ainda os romances A Leste do Paraíso (1952) e O Inverno do Nosso Descontentamento (1961), bem como Viagens com o Charley (1962), em que relata uma viagem de três meses por 40 estados norte-americanos. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1962. Faleceu em Nova Iorque, a 20 de dezembro de 1968.