Inspirado pela resistência norueguesa à ocupação nazi durante a Segunda Guerra Mundial, Noite sem Lua foi publicado em 1942 e circulou, muitas vezes clandestinamente, pelos vários países europeus.
Embora o texto nunca nomeie a força de ocupação como alemã, as referências ao «Líder» e às memórias de um conflito na Bélgica e em França vinte anos antes sugerem-no claramente. Escrita com o propósito de inspirar movimentos de resistência nos países ocupados, por esta obra John Steinbeck viria a ser condecorado com a Cruz da Liberdade pelo Rei Haakon VII da Noruega. Ainda assim, sobretudo no EUA, o autor foi criticado por algumas fações por humanizar demasiado o povo ocupante. Adaptada a peça de teatro e a filme, esta narrativa deve o seu título a um diálogo de Macbeth, de William Shakespeare. Esgotada em Portugal há vários anos, tem agora na coleção Dois Mundos uma nova tradução, de José Lima.
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 5 setembro.
SOBRE O LIVRO
No meio de uma guerra mundial, uma pequena cidade é invadida por militares de outra nação que querem explorar as reservas de carvão aí existentes. O coronel Lanser, comandante dos invasores, deseja uma ocupação pacífica, colaborativa. Visita para isso o velho presidente da câmara local, Orden, que o recebe juntamente com o seu fiel amigo Winter, historiador e médico da cidade. Como podem estes proteger o povo, a sua identidade e dignidade, perante a força de um conflito insano?
SOBRE O AUTOR
John Steinbeck nasceu em Salinas, na Califórnia, em 1902, numa família de parcos haveres. Chegou a frequentar a Universidade de Stanford, sem concluir nenhuma licenciatura. Em 1925 foi para Nova Iorque, onde tentou uma carreira de escritor, cedo regressando à Califórnia sem ter obtido qualquer sucesso. Alcançou o seu primeiro êxito em 1935, com O Milagre de São Francisco (Tortilla Flat na edição original), confirmado depois, em 1937, com a novela Ratos e Homens. A sua ficção está marcada por uma imensa preocupação com os problemas dos trabalhadores rurais e também por um grande fascínio para com a terra. Em 1939, publicaria aquela que, por muitos, é considerada a sua obra-prima, As Vinhas da Ira. Entre os seus livros, destacam-se ainda os romances A Leste do Paraíso (1952) e O Inverno do Nosso Descontentamento (1961), bem como Viagens com o Charley (1962), em que relata uma viagem de três meses por 40 estados norte-americanos. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1962. Faleceu em Nova Iorque, a 20 de dezembro de 1968.